Puberdade Precoce
Atualmente a organização Mundial da Saúde (OMS) define adolescência como o período da vida que vai precisamente dos 10 anos até os 19 anos, 11 meses e 29 dias.
Houve nos últimos anos uma mudança nos limites de idade que definem a adolescência, que antes começava aos 12 anos e terminava aos 18, e atualmente inicia mais precocemente e termina mais tarde. Essa mudança foi determinada por transformações sociais, psicológicas, culturais e biológicas, ambas interconectadas, e uma sustenta a outra. Por exemplo, um fator emocional pode interfere no biológico.
Fazendo uma leitura psicológica, observa-se que desde o nascimento, ou até antes dele, nos constituímos a partir daquilo que experimentamos enquanto vivências reais, imaginárias e simbólicas. Dentro deste contexto a menina tem vivido numa dinâmica familiar e social voltada para uma fase mais adulta, com uma antecipação dos papéis de criança para os de adolescente.
Questionando há algum tempo o cenário socioeconômico, pude observar uma forte relação da menarca precoce (isenta de fatores hormonais) com a ascensão da mulher (mãe) no mercado de trabalho. Podemos fazer algumas reflexões neste contexto onde a figura feminina-mãe ganha destaque socioeconômico e a figura feminina-menina entra na puberdade a partir dos 8 anos. O que a mãe representa para a filha? Será que o seu crescimento profissional interfere no crescimento psicobiológico da menina?
Daria uma tese esta discussão, mas vale ressaltar que o papel de ser mãe, é sem dúvida, crucial para ajudar no desenvolvimento emocional das filhas, de uma vez que elas são seres idealizados e atuam diretamente no comportamento.
Pode-se pensar em muitas possibilidades dentro deste cenário sembiótico de mãe e de filha, e agora o que podemos fazer? Que ações implantar para que as meninas vivam o agora, ou seja, a infância? O que fazer para evitar a menarca precoce?
A menarca precoce antecipa o luto pela perda do corpo infantil e dos pais da infância. É um momento vivido com grande sofrimento, mas precisam-se criar meios de prorrogá-la, pois é um processo muitas vezes vivenciado com angústia, depressão e agressividade pelas meninas.
Sendo a mãe o alvo das idealizações, ela pode ajudar a resgatar e a editar com a filha uma infância propriamente dita. Através das brincadeiras, das bonecas, das casinhas, dos contos de faz de conta, dos vestidos e das saias rodadas de um mundo onde a infância possa existir concretamente.
Pode-se questionar por que uma menina precisa usar salto alto? Ou colocar tintura no cabelo? Cadê a beleza de ser criança? De saltitar e dá gargalhada, ou lamber um sorvete de chocolate, comer e se lambuzar?
Aldvan Figueiredo
Especialista em Psicologia Clínica da Adolescência pela UNICAMP
Houve nos últimos anos uma mudança nos limites de idade que definem a adolescência, que antes começava aos 12 anos e terminava aos 18, e atualmente inicia mais precocemente e termina mais tarde. Essa mudança foi determinada por transformações sociais, psicológicas, culturais e biológicas, ambas interconectadas, e uma sustenta a outra. Por exemplo, um fator emocional pode interfere no biológico.
Fazendo uma leitura psicológica, observa-se que desde o nascimento, ou até antes dele, nos constituímos a partir daquilo que experimentamos enquanto vivências reais, imaginárias e simbólicas. Dentro deste contexto a menina tem vivido numa dinâmica familiar e social voltada para uma fase mais adulta, com uma antecipação dos papéis de criança para os de adolescente.
Questionando há algum tempo o cenário socioeconômico, pude observar uma forte relação da menarca precoce (isenta de fatores hormonais) com a ascensão da mulher (mãe) no mercado de trabalho. Podemos fazer algumas reflexões neste contexto onde a figura feminina-mãe ganha destaque socioeconômico e a figura feminina-menina entra na puberdade a partir dos 8 anos. O que a mãe representa para a filha? Será que o seu crescimento profissional interfere no crescimento psicobiológico da menina?
Daria uma tese esta discussão, mas vale ressaltar que o papel de ser mãe, é sem dúvida, crucial para ajudar no desenvolvimento emocional das filhas, de uma vez que elas são seres idealizados e atuam diretamente no comportamento.
Pode-se pensar em muitas possibilidades dentro deste cenário sembiótico de mãe e de filha, e agora o que podemos fazer? Que ações implantar para que as meninas vivam o agora, ou seja, a infância? O que fazer para evitar a menarca precoce?
A menarca precoce antecipa o luto pela perda do corpo infantil e dos pais da infância. É um momento vivido com grande sofrimento, mas precisam-se criar meios de prorrogá-la, pois é um processo muitas vezes vivenciado com angústia, depressão e agressividade pelas meninas.
Sendo a mãe o alvo das idealizações, ela pode ajudar a resgatar e a editar com a filha uma infância propriamente dita. Através das brincadeiras, das bonecas, das casinhas, dos contos de faz de conta, dos vestidos e das saias rodadas de um mundo onde a infância possa existir concretamente.
Pode-se questionar por que uma menina precisa usar salto alto? Ou colocar tintura no cabelo? Cadê a beleza de ser criança? De saltitar e dá gargalhada, ou lamber um sorvete de chocolate, comer e se lambuzar?
Aldvan Figueiredo
Especialista em Psicologia Clínica da Adolescência pela UNICAMP