O Estresse: "pavio curto" no reino das emoções
O convite
Aldvan, boa tarde. Não sei se você se lembra, mas sou a Nice Bulhões.Fui pautada para fazer uma matéria sobre o fato de as pessoas hoje estarem com o "pavio curto". Gostaria de saber se você gostaria de participar dessa matéria. As perguntas, que seguem abaixo, serão transformadas em texto corrido, junto com o depoimento de outros profissionais. Desde já agradeço. Abraço.
A reportagem
1) Nome completo, formação, idade (por favor, coloque como o senhor prefere ser mencionado na matéria).
Aldvan Alves Figueiredo, Psicóloga, trabalha no Desenvolvimento de Equipe de Alta Performance e Suporte Emocional e Cognitivo para Executivos.
www.espacoserintegral.com.br
2) Você concorda com a afirmação de que as pessoas estão com o pavio curto? Por favor, justifique a resposta.
Sim. Elas estão insatisfeitas e descontentes com a sorte ou com a situação em que vivem. Quer se trate de alguma coisa necessária à vida ou de algum prazer que não conseguem alcançar e experimentam uma sensação de perda.
Com a dinâmica socioeconômica em que vivemos, onde quase tudo pode ser descartável ou comprado, uma força interna nos convida a rever que nossas emoções e sentimentos não são descartáveis e não podem ser comprados.
O “pavio curto” é um estado de alerta e de convite para reconhecermos que somos seres limitados e que temos que ouvir nosso corpo, nossos sentimentos e nossas emoções.
3)Uma pessoa estressada pode ter um momento de fúria?
Sim e pode cometer loucuras. Porque ela atua muito mais no nível das emoções do que no nível da razão.
Quando a empresa ou a família percebe que um dos membros está com estresse na fase de exaustão precisa tomar uma atitude. Como férias de uma semana, quinze dias, um mês ou fazer uma viagem para rever amigos, familiares, oferecer dinâmicas grupais, exercícios laborais, happy hour, promover descontrações.
É imprudente mascarar um problema de ordem tão grave, pois as conseqüências podem ser irreversíveis.
4) Quais os sinais de que a pessoa está estressada?
Observo que na maioria dos casos as pessoas detectam uma doença primeiro e não percebem que estão com estresse na fase de exaustão. Muitos atendimentos clínicos estão relacionados com estresse nesta fase.
Sinais observados por outro: tolerância reduzida, impaciência, frases inadequadas, uso de estimulantes, aparência apática e cansada, descontrole emocional.
Sinais observados por quem vive o estresse: boca e garganta seca, dificuldade sexual, dor de estômago, erupção cutânea, esquecimento, tique nervoso, síndrome do pânico, coração acelerado, dor de cabeça, diarréia, dor na nuca, dor nas costas, irritabilidade, comer em excesso, chorar, pensamentos negativos, perda de concentração, sensação de solidão, perda de interesse, perda de apetite, ranger os dentes, tontura, desmaio, esquecimento, falta de energia.
5) O estresse pode se desenvolver para a raiva, tornando a pessoa um pavio curto?
Observo que o estresse leva à intolerância, a pessoa fica mais sensível para pensar e resolver problemas. A raiva é uma reação ao medo e o estresse é o resultado de uma sobrecarga que envolve os limites de cada um. Talvez o estresse leve à raiva porque a pessoa não aprendeu a verbalizar o que sente e o medo é o bloqueio que impede a assertividade.
6) Qual o mal que o estresse causa, tanto físico como social?
Tem-se observado que há uma concordância no fato de o estresse surgir da necessidade de o corpo se adaptar a certas situações de tensão e de apresentar alterações psicofisiológicas. Assim, o ser humano tem se tornado cada vez mais estressado, carregado de sintomas físicos como irritação, nervosismo, cansaço, sufocação, falta de ar, medo de morrer, insônia, falta de apetite, palpitações, persecutoriedade, perda de peso, queda de cabelo, entre outros, que podem dificultar seu desempenho na vida afetiva, social e profissional.
O estresse na vida social afasta as pessoas uma das outras, tornando as pessoas indesejadas. E por maior que seja a competência e o potencial das pessoas o estresse ganha destaque através da agressividade, da intolerância, da arrogância. Com isso é criado um rótulo invisível em que o networking profissional começa a ser reduzido.
De um modo genérico, estresse é uma agressão ao organismo em sua totalidade por agentes de qualquer natureza (emoção, frio, doenças, etc.)
7) O pavio curto é uma "criança mimada grande"? Isso tem haver com o desenvolvimento infantil?
Pode ser também, mas não necessariamente.
Quando uma criança recebe feedback do seu comportamento diariamente, provavelmente terá mais oportunidade de reconhecer suas emoções e sentimentos. Esta forma de diálogo em que as famílias conseguem expressar o que vive facilita futuramente uma boa relação no mercado de trabalho, principalmente nas equipes de alta performance.
Mas, isto não a impede de passar por um momento de estresse na fase de exaustão e ser considerada um “pavio curto”. O estresse nesta fase bloqueia o reconhecimento das emoções. Impede que as pessoas percebam sozinhas que precisam de ajuda imediatamente. Muitos entram em colapsos e adquirem doenças auto-imunológicas. O humano precisa de uma válvula de escape para sobreviver à pressão em que vivem e ser um pavio curto é uma saída.
9) Fica em aberto para a senhora as considerações que julgar necessário.
Ser um “pavio curto” é uma forma de pedir socorro e de expressar a inflexibilidade.
No entanto, a flexibilidade é uma das ferramentas mais almejadas nas equipes de alta performance e em todos os campos de relacionamentos humanos, pois é ela que permite a criatividade, a leveza, a simpatia, o carisma, ampliação de networking e a produção de novos saberes.
Um dos melhores tratamentos, fora psicoterapia e relaxamento, é uma grande dose de amor por todos os que estão vendo o ser “pavio curto”: um abraço apertado acompanhado de uma frase “ você é muito especial para mim” ; um bilhete convidando para tomar um café. E uma boa dose de verdade por um colega próximo de que “você não está muito bem” e sinalizando que precisa procurar uma ajuda.
Observação 1
Condições que podem causar o estresse
Tudo o que cause uma quebra da homeostase (equilíbrio) interna que exija alguma adaptação pode ser chamado de estressor.
Externos: condições externas que afetam o organismo (vestibular, concursos, perda de um ente querido, perda de emprego, novo emprego, mudança de lugar, férias mal planejadas, entre outros).
Internos: são completamente determinados pelo próprio indivíduo (o modo de ser da pessoa): se ela é ansiosa, tímida, depressiva. Outros estressores internos: crenças irracionais, padrão tipo A de comportamento, falta de assertividade, dificuldade de expressão de sentimentos.
Observação 2
Histórico e Conceito de Estresse
A revista “TIMES” refere-se ao estresse como “a epidemia dos anos 80”.
A maior fonte de estresse para o adulto é o estresse ocupacional.
Este é mais freqüente quando há a percepção de se ter muitas responsabilidades significativas, mas poucas possibilidades de tomadas de decisão e de controle.
As primeiras referências com relação ao estresse datam do século XIV, com o significado de “aflição” e “adversidade”, mas com uso esporádico e assistemático.
No século XVII, o vocábulo que tem sua origem no latim, passa a ser utilizado no inglês para designar “opressão, desconforto, adversidade”.
Em 1936, Hans Selye introduz o termo estresse para designar: “uma síndrome produzida por vários agentes nocivos”. Enfatizava respostas não específicas do organismo a situações que o enfraquecessem ou o fizessem adoecer. Chamou-a de Síndrome Geral de Adaptação ou Síndrome do Estresse Biológico, ou Síndrome do Simplesmente Estar Doente.
Em 1952, o autor apresenta seu trabalho mais conhecido, onde aborda o estresse de maneira completa.
CRONOLOGIA DAS ABORDAGENS RELATIVAS AO ESTRESSE:
• Década de 50- embasamento fisiológico
• Década de 70- aspectos psicológicos e sua interação com aspectos biológicos na gênese dos distúrbios psicossomáticos
• Atualmente:
Ênfase nas conseqüências do estresse sobre o corpo e a mente + implicações para a qualidade de vida em geral
Principais aspectos estudados:
• profilaxia do estresse excessivo incluindo fatores sociopsicológicos (adequação a ocupação ou tarefas do homem)
• reengenharia humana
• fatores ligados a ecologia humana ( gestação, infância, adolescência, vida adulta e envelhecimento)
As implicações do estresse para a produtividade humana, os efeitos das mudanças políticas e sociais como estressores que afetam a saúde e a longevidade da população ( ULTIMAS ORIENTAÇÕES)
Definição de estresse:
“Uma reação do organismo, com componentes físicos e ou psicológicos, causadas por alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que de alguma forma a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz”. O estresse é um processo, não uma doença única.
Fases do processo de estresse:
De acordo com SELYE (1952), o processo de estresse desenvolve-se em 3 fases:
• FASE DE ALERTA: a reação de alerta, inicia-se quando a pessoa se confronta inicialmente com um estressor. É nesse momento que o organismo se prepara para o que Cannon (1939) designou de “luta e fuga” com a conseqüente quebra da homeostase. A reação de aceleração do organismo é muitas vezes de grande valia, porque leva o organismo a um estado de prontidão, de alerta para que se possa atuar e lidar com situações em que se tenha que atuar com urgência. Essa reação em momentos de real necessidade constitui-se em uma defesa automática do organismo. O problema ocorre quando a prontidão fisiológica não é necessária ou quando é excessiva. Quando o estressor tem uma curta duração, a adrenalina é eliminada e a restauração da homeostase ocorre. Nesse caso, a pessoa sai da fase de alerta sem complicações para seu bem-estar.
• FASE DE RESISTÊNCIA: quando o estressor é de longa duração, ou sua intensidade é demasiada para a resistência da pessoa, o organismo tenta restabelecer a homeostase de um modo reparador e entra na fase de resistência ao estresse. A energia adaptativa é utilizada na tentativa de reequilíbrio. Se essa reserva é suficiente, a pessoa recupera-se e sai do processo de estresse. Por outro lado, se o estressor exige mais esforço de adaptação do que é possível para aquele indivíduo, então o organismo enfraquece e torna-se vulnerável a doenças. Nessa fase, se o estressor é eliminado ou se técnicas de controle de estresse são utilizadas, o organismo se restabelece e o processo de estresse termina.
• FASE DE EXAUSTÃO: se a resistência da pessoa não for suficiente para lidar com a fonte de estresse, ou se outros estressores ocorrerem concomitantemente, o processo de estresse evoluirá e a fase de exaustão ocorrerá. Haverá um aumento das estruturas linfáticas e a exaustão psicológica em forma de depressão ocorrerá; a exaustão física se manifestará, com o consequente aparecimento de doenças.
Aldvan, boa tarde. Não sei se você se lembra, mas sou a Nice Bulhões.Fui pautada para fazer uma matéria sobre o fato de as pessoas hoje estarem com o "pavio curto". Gostaria de saber se você gostaria de participar dessa matéria. As perguntas, que seguem abaixo, serão transformadas em texto corrido, junto com o depoimento de outros profissionais. Desde já agradeço. Abraço.
A reportagem
1) Nome completo, formação, idade (por favor, coloque como o senhor prefere ser mencionado na matéria).
Aldvan Alves Figueiredo, Psicóloga, trabalha no Desenvolvimento de Equipe de Alta Performance e Suporte Emocional e Cognitivo para Executivos.
www.espacoserintegral.com.br
2) Você concorda com a afirmação de que as pessoas estão com o pavio curto? Por favor, justifique a resposta.
Sim. Elas estão insatisfeitas e descontentes com a sorte ou com a situação em que vivem. Quer se trate de alguma coisa necessária à vida ou de algum prazer que não conseguem alcançar e experimentam uma sensação de perda.
Com a dinâmica socioeconômica em que vivemos, onde quase tudo pode ser descartável ou comprado, uma força interna nos convida a rever que nossas emoções e sentimentos não são descartáveis e não podem ser comprados.
O “pavio curto” é um estado de alerta e de convite para reconhecermos que somos seres limitados e que temos que ouvir nosso corpo, nossos sentimentos e nossas emoções.
3)Uma pessoa estressada pode ter um momento de fúria?
Sim e pode cometer loucuras. Porque ela atua muito mais no nível das emoções do que no nível da razão.
Quando a empresa ou a família percebe que um dos membros está com estresse na fase de exaustão precisa tomar uma atitude. Como férias de uma semana, quinze dias, um mês ou fazer uma viagem para rever amigos, familiares, oferecer dinâmicas grupais, exercícios laborais, happy hour, promover descontrações.
É imprudente mascarar um problema de ordem tão grave, pois as conseqüências podem ser irreversíveis.
4) Quais os sinais de que a pessoa está estressada?
Observo que na maioria dos casos as pessoas detectam uma doença primeiro e não percebem que estão com estresse na fase de exaustão. Muitos atendimentos clínicos estão relacionados com estresse nesta fase.
Sinais observados por outro: tolerância reduzida, impaciência, frases inadequadas, uso de estimulantes, aparência apática e cansada, descontrole emocional.
Sinais observados por quem vive o estresse: boca e garganta seca, dificuldade sexual, dor de estômago, erupção cutânea, esquecimento, tique nervoso, síndrome do pânico, coração acelerado, dor de cabeça, diarréia, dor na nuca, dor nas costas, irritabilidade, comer em excesso, chorar, pensamentos negativos, perda de concentração, sensação de solidão, perda de interesse, perda de apetite, ranger os dentes, tontura, desmaio, esquecimento, falta de energia.
5) O estresse pode se desenvolver para a raiva, tornando a pessoa um pavio curto?
Observo que o estresse leva à intolerância, a pessoa fica mais sensível para pensar e resolver problemas. A raiva é uma reação ao medo e o estresse é o resultado de uma sobrecarga que envolve os limites de cada um. Talvez o estresse leve à raiva porque a pessoa não aprendeu a verbalizar o que sente e o medo é o bloqueio que impede a assertividade.
6) Qual o mal que o estresse causa, tanto físico como social?
Tem-se observado que há uma concordância no fato de o estresse surgir da necessidade de o corpo se adaptar a certas situações de tensão e de apresentar alterações psicofisiológicas. Assim, o ser humano tem se tornado cada vez mais estressado, carregado de sintomas físicos como irritação, nervosismo, cansaço, sufocação, falta de ar, medo de morrer, insônia, falta de apetite, palpitações, persecutoriedade, perda de peso, queda de cabelo, entre outros, que podem dificultar seu desempenho na vida afetiva, social e profissional.
O estresse na vida social afasta as pessoas uma das outras, tornando as pessoas indesejadas. E por maior que seja a competência e o potencial das pessoas o estresse ganha destaque através da agressividade, da intolerância, da arrogância. Com isso é criado um rótulo invisível em que o networking profissional começa a ser reduzido.
De um modo genérico, estresse é uma agressão ao organismo em sua totalidade por agentes de qualquer natureza (emoção, frio, doenças, etc.)
7) O pavio curto é uma "criança mimada grande"? Isso tem haver com o desenvolvimento infantil?
Pode ser também, mas não necessariamente.
Quando uma criança recebe feedback do seu comportamento diariamente, provavelmente terá mais oportunidade de reconhecer suas emoções e sentimentos. Esta forma de diálogo em que as famílias conseguem expressar o que vive facilita futuramente uma boa relação no mercado de trabalho, principalmente nas equipes de alta performance.
Mas, isto não a impede de passar por um momento de estresse na fase de exaustão e ser considerada um “pavio curto”. O estresse nesta fase bloqueia o reconhecimento das emoções. Impede que as pessoas percebam sozinhas que precisam de ajuda imediatamente. Muitos entram em colapsos e adquirem doenças auto-imunológicas. O humano precisa de uma válvula de escape para sobreviver à pressão em que vivem e ser um pavio curto é uma saída.
9) Fica em aberto para a senhora as considerações que julgar necessário.
Ser um “pavio curto” é uma forma de pedir socorro e de expressar a inflexibilidade.
No entanto, a flexibilidade é uma das ferramentas mais almejadas nas equipes de alta performance e em todos os campos de relacionamentos humanos, pois é ela que permite a criatividade, a leveza, a simpatia, o carisma, ampliação de networking e a produção de novos saberes.
Um dos melhores tratamentos, fora psicoterapia e relaxamento, é uma grande dose de amor por todos os que estão vendo o ser “pavio curto”: um abraço apertado acompanhado de uma frase “ você é muito especial para mim” ; um bilhete convidando para tomar um café. E uma boa dose de verdade por um colega próximo de que “você não está muito bem” e sinalizando que precisa procurar uma ajuda.
Observação 1
Condições que podem causar o estresse
Tudo o que cause uma quebra da homeostase (equilíbrio) interna que exija alguma adaptação pode ser chamado de estressor.
Externos: condições externas que afetam o organismo (vestibular, concursos, perda de um ente querido, perda de emprego, novo emprego, mudança de lugar, férias mal planejadas, entre outros).
Internos: são completamente determinados pelo próprio indivíduo (o modo de ser da pessoa): se ela é ansiosa, tímida, depressiva. Outros estressores internos: crenças irracionais, padrão tipo A de comportamento, falta de assertividade, dificuldade de expressão de sentimentos.
Observação 2
Histórico e Conceito de Estresse
A revista “TIMES” refere-se ao estresse como “a epidemia dos anos 80”.
A maior fonte de estresse para o adulto é o estresse ocupacional.
Este é mais freqüente quando há a percepção de se ter muitas responsabilidades significativas, mas poucas possibilidades de tomadas de decisão e de controle.
As primeiras referências com relação ao estresse datam do século XIV, com o significado de “aflição” e “adversidade”, mas com uso esporádico e assistemático.
No século XVII, o vocábulo que tem sua origem no latim, passa a ser utilizado no inglês para designar “opressão, desconforto, adversidade”.
Em 1936, Hans Selye introduz o termo estresse para designar: “uma síndrome produzida por vários agentes nocivos”. Enfatizava respostas não específicas do organismo a situações que o enfraquecessem ou o fizessem adoecer. Chamou-a de Síndrome Geral de Adaptação ou Síndrome do Estresse Biológico, ou Síndrome do Simplesmente Estar Doente.
Em 1952, o autor apresenta seu trabalho mais conhecido, onde aborda o estresse de maneira completa.
CRONOLOGIA DAS ABORDAGENS RELATIVAS AO ESTRESSE:
• Década de 50- embasamento fisiológico
• Década de 70- aspectos psicológicos e sua interação com aspectos biológicos na gênese dos distúrbios psicossomáticos
• Atualmente:
Ênfase nas conseqüências do estresse sobre o corpo e a mente + implicações para a qualidade de vida em geral
Principais aspectos estudados:
• profilaxia do estresse excessivo incluindo fatores sociopsicológicos (adequação a ocupação ou tarefas do homem)
• reengenharia humana
• fatores ligados a ecologia humana ( gestação, infância, adolescência, vida adulta e envelhecimento)
As implicações do estresse para a produtividade humana, os efeitos das mudanças políticas e sociais como estressores que afetam a saúde e a longevidade da população ( ULTIMAS ORIENTAÇÕES)
Definição de estresse:
“Uma reação do organismo, com componentes físicos e ou psicológicos, causadas por alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que de alguma forma a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz”. O estresse é um processo, não uma doença única.
Fases do processo de estresse:
De acordo com SELYE (1952), o processo de estresse desenvolve-se em 3 fases:
• FASE DE ALERTA: a reação de alerta, inicia-se quando a pessoa se confronta inicialmente com um estressor. É nesse momento que o organismo se prepara para o que Cannon (1939) designou de “luta e fuga” com a conseqüente quebra da homeostase. A reação de aceleração do organismo é muitas vezes de grande valia, porque leva o organismo a um estado de prontidão, de alerta para que se possa atuar e lidar com situações em que se tenha que atuar com urgência. Essa reação em momentos de real necessidade constitui-se em uma defesa automática do organismo. O problema ocorre quando a prontidão fisiológica não é necessária ou quando é excessiva. Quando o estressor tem uma curta duração, a adrenalina é eliminada e a restauração da homeostase ocorre. Nesse caso, a pessoa sai da fase de alerta sem complicações para seu bem-estar.
• FASE DE RESISTÊNCIA: quando o estressor é de longa duração, ou sua intensidade é demasiada para a resistência da pessoa, o organismo tenta restabelecer a homeostase de um modo reparador e entra na fase de resistência ao estresse. A energia adaptativa é utilizada na tentativa de reequilíbrio. Se essa reserva é suficiente, a pessoa recupera-se e sai do processo de estresse. Por outro lado, se o estressor exige mais esforço de adaptação do que é possível para aquele indivíduo, então o organismo enfraquece e torna-se vulnerável a doenças. Nessa fase, se o estressor é eliminado ou se técnicas de controle de estresse são utilizadas, o organismo se restabelece e o processo de estresse termina.
• FASE DE EXAUSTÃO: se a resistência da pessoa não for suficiente para lidar com a fonte de estresse, ou se outros estressores ocorrerem concomitantemente, o processo de estresse evoluirá e a fase de exaustão ocorrerá. Haverá um aumento das estruturas linfáticas e a exaustão psicológica em forma de depressão ocorrerá; a exaustão física se manifestará, com o consequente aparecimento de doenças.